http://www.amulhernaliteratura.ufsc.br/catalogo/carolina_vida.html |
Negra, catadora de papel e favelada, Carolina Maria de Jesus não correspondia ao perfil tradicional de escritor dos anos sessenta. Nasceu em 14 de março de 1914 em Minas Gerais na cidade de Sacramento.
O episódio por meio do qual publicou seu primeiro livro e tornou-se escritora já parece história de romance: Audálio Dantas, jornalista do Diário de São Paulo, ao fazer uma reportagem sobre um playground próximo à favela do Canindé conheceu Carolina, que lá morava.
Chegando na favela, Audálio ficou sabendo que a moradora de um dos barracos estava escrevendo um livro. Ficou curioso e foi procurar a escritora. Conheceu uma bela negra, alta e magra, com três filhos, cercada de cadernos velhos encontrados na rua e que ela ia enchendo com histórias, poemas e peças de teatro.
O jornalista ficou impressionado com a quantidade e a qualidade do material e conseguiu editor para o diário de Carolina, publicado em 1960 com o título Quarto de despejo: diário de uma favelada. Essa obra resgata uma face da vida cultural brasileira quando do início da modernização da cidade de São Paulo e da criação de suas favelas. Pela qualidade de seu texto e pela inovação que representava no mundo das letras, Carolina foi uma das autoras brasileiras mais traduzidas nos anos sessenta e setenta. Sua história correu mundo em 13 idiomas nos últimos 35 anos.
Faleceu em 13 de fevereiro de 1977, com 62 anos de idade, em São Paulo.
Faleceu em 13 de fevereiro de 1977, com 62 anos de idade, em São Paulo.